Aprofundando olhares com o Projeto “Quem fez a diferença”.

 
A beleza existe em todo lugar. Depende do nosso olhar, da nossa sensibilidade; depende da nossa consciência, do nosso trabalho e do nosso cuidado. A beleza existe porque o ser humano é capaz de sonhar.
(Moacir Gadotti)
 

Se pensássemos apenas enquanto empresa criaríamos um canal de atendimento ao cliente, daqueles “0800” que usamos cotidianamente para nos queixar quando um serviço não foi tão bom quanto gostaríamos.


Entretanto, somos uma escola, e mais do que prestar um serviço, ensinamos! E ao nos dispormos a ensinar, aprendemos...


Aprendemos que a vida pode ser vista apenas pelo olhar restrito, aquele que é treinado para enxergar o que não está bom (tanto em nós quanto no outro); mas que também podemos ensinar e educar a visão para a amplitude no olhar: aquela visão de si, do mundo e do outro que é permeada pela sensibilidade, pela empatia e pela amorosidade.


Ensinar a aprofundar e ampliar o olhar, não significa que não haja questões a serem melhoradas, ou que deva passar desapercebido que alguém entre nós talvez não esteja no seu melhor dia, mas significa sobretudo, que estamos educando para desenvolver a capacidade de olhar para além do limitado (que sim, faz parte das características humanas) para que assim, munidos de recursos internos, possamos dia a dia aprender a enxergar as belezas da vida, aquelas que estão presentes nos gestos simples, nas ações de delicadeza despretensiosa, no sorriso espontâneo de quem naquele momento nos transborda bem querer.


E como recurso para este aprendizado tão necessário e por vezes tão esquecido no nosso dia a dia, lançamos aqui um novo canal de comunicação, por meio do qual temos o objetivo de ampliar nosso acesso a visão da nossa comunidade escolar a partir do seu olhar: sim, queremos que você compartilhe conosco estes momentos em que você enxergou com olhos profundos e conseguiu ver a beleza que há aqui, seja por um bom dia amistoso, um momento de acolhimento que alguém da nossa equipe tenha promovido a você ou a sua família.


Nos permita ter acesso a sua forma de enxergar as belezas do nosso quintal e em troca prometemos seguir abastecidos e firmes no propósito de ensinar e aprender diariamente a transformar o mundo (interno e externo) de cada um de nós (crianças, adultos e famílias) que se encontra aqui no Criando, de modo que como bem dizia Paulo Freire 1997, a satisfação não nos chegue apenas no encontro do achado, mas que faça parte de todo o nosso processo de busca, e que assim possamos aprender e ensinar também na boniteza e na alegria da procura.


Por Natalia Cardia

Adaptação - Continuação 2 de 2 (2)

Mais crianças são protagonistas da nossa história de adaptação, percorrendo o caminho de travessia entre casa e escola.
Nossa escuta atenta e nosso acolhimento, afeto e olhar caminham com eles, de mãos dadas.


Uns chegam correndo, saltitantes, e atravessam o percurso como se tivessem pertencido ao Criando desde sempre. Outros têm a travessia mais delicada, sensível e chorosa. Eles precisam, além dos nossos braços, do olhar e da presença segura de suas famílias. Respeitamos, entendemos e acolhemos esse processo.


Uma história paralela também é vivida em nosso quintal: a readaptação.
Sim, mesmo tendo feito a travessia anteriormente, hoje ela se faz novamente necessária.
Necessária porque, a cada ciclo que findamos e iniciamos, precisamos nos adaptar.
Antes, foi preciso nos adaptar às relações a distância. Tivemos o privilégio de estar com os nossos maiores amores, em nosso ninho.


Agora, outro ciclo se inicia e, com ele, uma nova adaptação. Nós, educadores, voltamos a ser e estarmos presentes.
Tudo novo de novo: novos cheiros, sons, movimentos e pessoas.
Essa travessia, como tantas outras, precisa ser olhada e cuidada com o mesmo afeto, base de segurança e acolhimento de outrora.


É preciso pertencer novamente àquele lugar que era tão nosso, mas que ficamos impossibilitados de habitar.
É preciso restabelecer o vínculo que ficou distante, vivido somente através das telas.


E não pensem vocês que só os pequenos estão percorrendo esse caminho, todos estamos: famílias, crianças, educadores e equipe.
Por isso, estamos aqui juntos, caminhando e fazendo a travessia necessária para viver o inédito, o mágico e o incrível, vivendo assim o protagonismo de crescer e aprender!

 

Texto de Ana Paula Nunes com colaboração de Marcia Ribeiro – 26/02/2021

Adaptação - Parte 1 de 2

Era uma vez Valentim, Miguel, Rama e Ariel. Eles chegaram ao nosso quintal com olhos curiosos e observadores.
Era uma vez pais e mães desses meninos. Eles chegaram ao nosso quintal com olhos atentos e observadores, expectativas no ar e o coração apertado.
Todos foram acolhidos, cada um ao seu tempo e modo, cada um tendo sua história e seu movimento respeitados.


Sim, vivemos juntos um período de adaptação.


Aqueles meninos de olhos curiosos viveram a travessia para seu primeiro contexto social fora da família.


Houve choro, houve angústia, houve colo e olhares de cumplicidade.
Houve descoberta, experiência, novos sabores e cheiros.
Houve muitas sensações diferentes.

Em alguns dias, eles se entregaram a essa nova vivência, e em outros, preferiram o colo e a observação.
Em alguns dias, buscaram o olhar da mãe ou do pai pra garantir que eles estavam ali e se sentiam seguros.
Em outros dias, buscaram o olhar da mãe ou do pai para dizer que estavam muito felizes por estar aqui. Para dizer que estava tudo bem e aliviar aquele aperto no coração.


Com sorrisos largos e braços esticados para nós, foram mostrando que a travessia estava segura.
Aos poucos, foram se deixando acolher pelo novo espaço e pelas novas pessoas que compõem esse espaço.
De forma segura e afetiva, foram se sentindo pertencentes. São partes, exploradores e protagonistas do seu desenvolvimento.


Esta é a história da adaptação que acontece todos os anos em nosso quintal
Entendemos esse processo como fundamental para o início da jornada na escola.
Ele envolve a família, que nos conta sobre sua criança desde a gestação e, durante a adaptação, participa ativamente, afastando-se conforme o vínculo seguro e afetivo vai se estabelecendo.
Por meio de um processo transparente, seguro, autônomo e muito afetivo, criamos laços de confiança que nos acompanham por todo o tempo de vida em nosso quintal.


O que todos ganham? Alegria, segurança para se lançar às descobertas, protagonismo e, claro, coração tranquilo. Outras crianças estão trilhando o caminho da adaptação. Estão nos primeiros passos. Logo teremos notícias deles também, com seus sorrisos largos e corações quentinhos.


Venham fazer parte do nosso quintal.


Texto de Ana Paula Nunes -19/02/2021

Visita a feira

Pipa de mão

Observar, construir, perceber texturas, e ainda explorar as possibilidades de um brinquedo construído com o resultado de todos esses processos.
Quem ousa dizer que não há aprendizado por trás dessa deliciosa brincadeira?! Mais do que pipas de mão, estamos enfeitando as asas dos nossos passarinhos, e vejam como eles voam pelo espaço do Criando, sorrindo e alçando vôos cada vez mais livres e ao mesmo tempo cada vez mais certos de sua capacidade de voar.


“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

(Rubem Alves)

Que possamos sempre ser asa!!!

Por Natalia Cardia em 10.11.18
Edição de vídeo: @fanteproducoes

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